quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Vá ser feliz!



Vai devagar… Pensa duas, três, quatro, quantas vezes forem necessárias pra não fazer bobagem. Cuida do teu coração, cuidado com quem você deixa entrar. Vai por mim, eu demorei pra aprender isso, mas faz todo sentido! Espera o tempo passar, dá tempo ao tempo que as coisas sempre vão se encaixando.

Acredita menos… As pessoas não são tão legais quanto aparentam ser. Mesmo! Quem acredita menos, sofre na mesma proporção. Até quando você achar que é verdade, desconfie um pouquinho. Faz bem não se entregar totalmente logo de cara. Ok, se você acreditar você tem o frio na barriga, mas vai na boa.
Se arrisca mais... mas se for por você. Tenha coragem para dizer tudo que está guardado. Seja forte para conseguir se manter calada perante alguns. Muda de rumo. Quando te mandarem ir por lá, vai pelo outro caminho. Ou vai apenas, pelo caminho do teu coração. Você sempre sabe qual é seu caminho, por mais que tente se enganar. E se em algum momento não souber mesmo, deixa na mão do destino. Acredita no destino, mas num destino onde você pode interferir.

Se você não aguentar mais fingir…  chore. Chore alto, se descabele. Depois que você acabar de chorar, vai sentir-se mais leve. E então vai levantar a cabeça, lavar o rosto, pôr uma roupa bonita, um sorriso escandalosamente lindo no rosto e vai é ser feliz. Eu sei, é assim mesmo. E vai funcionar!

Não diga “nunca”... nunca. Irônico, mas é assim. Não diga, porque essa vida é incrivelmente engraçada. Mais uma coisa, você não pode ter medo que as pessoas te machuquem, porque as pessoas vão te machucar de vez em quando. Até mesmo aqueles que você mais confia e admira. Não vão fazer por mal, mas somente porque são humanos. Cometemos erros ridículos com pessoas maravilhosas. Faz parte.

Cada um é cada um. Somos diferentes, graças a Deus! Vive um dia por vez, sem pressa e sem querer ser mais rápida que o tempo. E por favor, vai ser feliz, que tu ainda tem muito por viver!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Ser mulher não é fácil. Ser mulher num país de homens, menos fácil. Ser mulher num país de homens, onde ser mulher é ser o sexo frágil é bem difícil. E ser mulher num país de homens, onde ser mulher é ser o sexo frágil contanto que estejam satisfeitos os desejos dos homens é para poucas - e raras.

Já dizia a música Educação Sentimental: "A vida que me ensinaram como uma vida normal, tinha trabalho, dinheiro, família filhos e tal. Era tudo tão perfeito, se tudo fosse só isso... mas isso é menos do que tudo, é menos do que eu preciso!" Esse post é uma homenagem às minhas referências como mulheres, que vivem a vida de verdade, não aquela que aprenderam que seria a vida ideal - e o fazem sem dever um lápis, uma agulha ou uma lágrima a homem nenhum .

Por fazerem parte da minha vida há mais de vinte anos eu posso dizer, com absoluta certeza, que as conheço e admiro. E compartilhamos ideias e ideais. Brigamos juntas, choramos juntas, sorrimos juntas e superamos juntas. Minha personalidade tem muito da delas, e sou grata por isso.

Que não haja aqui uma distorção de fatos, não são mulheres que não tem sonhos românticos, que não desejam se casar e ter filhos, que não esperam cavalheirismo. Apenas aprenderam a viver apesar disto - nem sempre da forma mais agradável. Elas sabem que o conto de fada pode acontecer, mas paralelo a uma vida construída por elas, da qual os homens, o tal sexo forte que para defendê-las nem sempre é tão forte assim, fazem parte se e quando merecem.

A primeira é a guerreira Camila, motivo de orgulho. Superou todas as crises, cresceu muito nova porque a vida assim o quis, mas nunca se rendeu a ser uma vítima das circunstâncias. Cuidou da casa e dos homens da casa, e muitas vezes se deixou de lado por eles, mas sem deixar sua essência. Me ensinou que ser moderna é muito mais do que um estilo de se vestir, é encarar a vida e o mundo de frente, estudar muito pra ter certeza do que diz, mostrar ao mundo que merece respeito. Para estar ao lado dela ser homem não basta, precisa ser um grande homem, do tamanho da luz que ela irradia, senão muito obrigada - a porta da rua é serventia da casa.

A segunda é a esperta Tatiana, motivo de admiração. Transita entre os mundos possíveis e imagináveis, e se faz ver e ser vista em qualquer que seja a circunstância. Segue entre os que a julgam sem se incomodar muito com sua opinião, afinal, ninguém paga suas contas, ninguém sabe mais de sua vida que ela. Foi e voltou, mudou de ideia, depois voltou atrás, mas tudo com muita elegância, afinal tem como certo que uma hora encontrará seu caminho, ou continuará seguindo por todos - a vida lhe faculta o poder de se redefinir a cada dia. Não é mais dependente do sonho (nem de emprego, nem de relacionamento, nem do glamour) ela se basta e se resolve, e o homem que quiser acompanhá-la boa sorte: mas que tenha pique!

A terceira é a brava Renata, e sempre me surpreende. Nunca aceitou a convenção, não abaixa a cabeça pra ninguém. Em destino até acredita, mas se der bobeira ela muda tudo, afinal não é de se contentar com nada que não esteja do jeitinho que queria. Usa a história do sexo frágil a seu favor, se faz de mocinha da história com facilidade - mas quem conhece sabe que mocinha ou não quem leva as rédeas da história é ela, mesmo que tenha de mudar de personagem. Talvez seja, das três, a que mais se machucou tentando se enquadrar no modelo, porque sempre foi também a mais solta, a mais livre, a mais ousada. Mulher que não deixa nada a dever pra nenhum homem, mas sem deixar de ser uma mulher fantástica. E os homens que se preparem: porque pra ela nenhum é páreo, e logo chega ao mundo a sucessora do dom!

Outras tantas mulheres maravilhosas que fazem parte da minha vida merecem também os aplausos desse mundo de homens, que teve de reconhecer que elas são muito mais do que podem segurar, mas hoje eu dedico meu recado a estas três irmãs/amigas/parceiras, meus modelos de mulher de vinte e tantos anos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Tempo de Felicidade

Dezembro trouxe consigo, como de costume, árvores iluminadas, guirlandas, músicas natalinas, imitações da neve que teimamos em representar a despeito de nosso tropicalismo e, sempre, as cartinhas ao Papai Noel.

Papai Noel talvez tenha sido uma das maiores invenções da humanidade. Independente de qual sua crença a respeito do surgimento da lenda do bom velhinho, seja ela religiosa ou publicitária, é inegável que a personificação do espírito de natal na figura simpática em vermelho e branco - graças à Coca-Cola em particular - já faz parte da cultura mundial, talvez possa ser considerada até um ícone da aldeia global.

Acreditar em Papai Noel pode ter muitas leituras: acreditar no impossível, na caridade, no amor ao próximo, na fé, na ilusão... enfim, crer em uma espécie de mágica que tende a acontecer nos tempos natalinos.

Quando crianças todos acreditamos, até que descobrimos a grande verdade! E levamos alguns anos depois desse momento de grande descoberta para voltarmos a acreditar, então de forma menos comercial e mais entregue, que a grande verdade é que Papai Noel existe sim, dentro de cada um de nós, juntando tudo que temos de melhor e nos fazendo relembrar, ao menos pelo advento de sua chegada anual, o quão valiosa é nossa vida, e como podemos tornar melhor a vida de nossos iguais.

Papai Noel é uma construção coletiva, de sonhos e esforço em prol de outros sonhos. Um grande exemplo disto é a quantidade de cartas enviadas ao Correio endereçadas ao Papai Noel, e que são atendidas! Sem contar todas as ações de entidades de todo o tipo para arrecadar presentes e suprimentos para todas as crianças. Ah, ele deve ficar muito orgulhoso, do alto de seu trenó, ao notar que existe tão fortemente entre nós que nem mesmo as crianças mais carentes deixam de recebe-lo em suas portas no natal.

Talvez nunca tenha havido um único Papai Noel, mas certamente é um nome bem adequado para se dar a este encantamento que toma a todos quando se aproxima a data do nascimento de Jesus - o primeiro Papai Noel, quem sabe, que nos ensinou a amar ao próximo e presentear, ao outro, com nosso carinho e atenção.

E até mesmo aos céticos, os que não acreditam em espírito de natal por quaisquer motivos, que criticam as ações da época em geral encontrando falhas e erros de discurso na montagem das festas e escrita das cartas, Papai Noel vez por outra reserva algumas surpresas... ele realiza um daqueles sonhos antigos, que guardamos no fundo da alma e nos acompanham pela vida, e faz com que estes sejam tocados por sua presença.

Escrevamos nossas cartas ao Papai Noel, assinadas a tinta ou simplesmente em pensamento, e elevemos nossas preces para um natal lindo a todos. Aqueles que ainda não exercitaram seu pedaço Papai Noel tem tempo: leve biscoitos a alguém que quer bem e sente saudades, auxilie alguém a realizar suas atividades, faça uma doação (principalmente de seu tempo) a um grupo de crianças carentes, espalhe presentes de natal de quaisquer preços ou teores, apenas para que demonstrem o quanto as pessoas são importantes para você. Felicidade é resultado de energia coletiva, e se constrói de dentro para fora, na forma de caminhar, não só ao fim do caminho.

E que chegue um natal precioso para todos nós! Amém!

domingo, 28 de agosto de 2011

Concurso para repórter

Acabei de ter a satisfação (não encontro outra palavra) de assistir ao reality show “A Casa da Ana Hickmann” e, sinceramente, preciso externar minha opinião: estão ‘tirando um sarro’ com a cara das jornalistas!

O que é, supostamente, “uma competição séria e respeitosa que busca uma nova repórter para o programa da Ana”, não passa de um grande desrespeito com a profissão de jornalista, que desempenha, na maioria dos casos, a profissão de repórter.

Eu já fui repórter, e tenho grandes amigas que também o foram ou ainda o são. E exercem com grande talento a profissão nos mais diferentes segmentos, desde economia até moda e mercado de luxo. E a maioria de nós já teve que passar por situações desagradáveis com pessoas que não respeitavam nossa profissão, que pensavam poder nos tratar de forma deselegante ou nos cantar abertamente, como se não estivéssemos ali a trabalho, como jornalistas.

Entendo que, em determinadas situações, como programas de humor e afins, profissão de repórter é estereotipada, assim como todas as outras profissões, e não se considera isso desrespeito, porque se trata de humor. Agora, uma mulher bem-sucedida e inteligente como a Ana lançar um concurso de repórter, com o discurso de sério e busca de novos talentos, em que as provas são desfilar de biquíni e posar pra fotos sensuais de lingerie é um pouco controverso.

Digo controverso porque ela mesmo, a própria Ana, demorou um bom tempo até que o Brasil a reconhecesse como empresária e comunicadora.

Colegas jornalistas, vos pergunto: será que faltamos a todas as aulas de passarela na faculdade, ou será que nossa grade curricular era deficitária, por isso não aprendemos a desfilar de roupa íntima???

Aliás, pra que faculdade, sabendo pular de grandes alturas, comer com os talheres corretos e, principalmente, não fazendo as janelas de varal?

Eu tenho grande respeito pela profissão de modelo, e uma das minhas melhores amigas é modelo internacional, de quem me orgulho muito. Mas essa não é minha profissão, e assim como não estudei ou me aprimorei para fazer caras e bocas num ensaio sensual, elas também não estudaram e nem trabalharam para uma boa edição ou redação de um texto e/ou matéria.

Existem talentos individuais que podem, sim, se destacar nas duas áreas, porém não é através de “book” que se escolhem as repórteres dos cadernos da Folha de São Paulo e do Estadão, sejam eles quais forem. E espero que assim continue, porque num país como o Brasil, onde a cultura e a educação ainda precisam lutar tanto pra se destacar, seria triste uma inversão de valores desta medida.

Digamos que, como entretenimento, a tal casa é bem planejada e editada, mas como uma espécie de seleção para repórter chega a ser ultrajante. Vocês imaginam a Fátima Bernardes desfilando de biquíni? Ou a Neide Duarte fazendo fotos de lingerie para fazer parte de uma equipe? Ou até a própria Chris Flores, ex-companheira de apresentação da Ana, rebolando na tv pra mostrar os detalhes do sutiã e da calcinha estilo romântico?

Que nossas jornalistas continuem lindas e corajosas, como sempre foram, e que tenham a capacidade de apurar fatos como grandes profissionais. Um grande aplauso ao repórter destemido! Mas que situações como essa, que trazem à tona velhas discussões como o “teste do sofá” para repórteres femininas de grandes emissoras, e a falta de necessidade de talento e formação para repórteres que tenham uma boa aparência, sejam reconhecidas apenas como entretenimento e não como uma busca por novos talentos.

Porque, sinceramente, a maioria das repórteres bonitas e competentes que se vê por aí não precisaram de nada além de inteligência e talento para comunicação para demonstrar ao mundo seu valor. Elas não dançaram na beira da piscina com “homens sarados” e podem não ficar tão bem com cílios postiços, mas o que elas dizem e o trabalho que desenvolvem faz com que sejam algumas das mulheres mais respeitadas e elogiadas do Brasil.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Eu não sei o que eu quero, e daí?

De vez em quando alguém me diz, com aquela cara de quem descobriu a pólvora, que eu não sei o que eu quero. E parece que essa grande constatação que meus amigos têm, vez por outra, é a resposta para todos os meus problemas: se eu realmente soubesse o que eu quero tudo seria diferente...

Me olho no espelho todo dia e vejo algo diferente quando acordo. Já tive o cabelo curto e comprido, e já passei horas a fio tentando cachear e outras tantas prendendo-os em coques impecáveis. Pois é, eu mudo de ideia, e como posso fazer isso, mudo sempre que desejo!

Tem dias que eu acordo Grace Kelly, e tem dias que eu acordo Madonna. Nos meus armários coabitam calças rasgadas estilo rock and roll e tailleurs de deixar Chanel orgulhosa. Meu estilo é versátil, combina com meu sorriso e com meu humor! Aproveito diariamente o meu direito de mudar e orno meu exterior com meu interior, como eu bem entendo.

Meus esmaltes já foram pretos, brancos e azuis. Deixei os vermelhos de lado por um pedido de alguém muito especial, e quer saber, me senti bem com isso! As vezes eu deixo de fazer algumas coisas pelas pessoas que eu amo, e eu não me importo. Talvez seja sinal de que eu não saiba o que eu quero, talvez seja sinal de que eu sei a quem quero bem.

Minhas cores são sempre minhas, mas mudam todo dia. Gosto muito dos tons de rosa, dizem que é minha cor, mas tem dias que eles me cansam e preciso de algo mais visceral. O branco e o preto me atraem pelo contraste, eu gosto de opostos. O azul também pode ser tão inspirador... Ah, eu não sei o que eu quero, então experimento tudo, e sinto um prazer indescritível em provar todas as cores do mundo!

Já namorei bastante, já conheci muita gente, já mudei de opinião sobre o que eu queria e sobre as pessoas - e sobrevivi! Já tive grandes paixões e grandes amores, e hoje eu sei diferenciar uma coisa da outra, graças a não saber assim, tão ao certo, o que eu queria, e ter me dado a oportunidade de tentar algo diferente. Também já achei que ia morrer de amor e já reconsiderei, pensando no desperdício que seria. É tão bom não ter que estar sempre certa e poder querer algo novo e mais inexplicável todos os dias...

Quis ser professora, publicitária, caixa de supermercado, presidente da república. Nunca quis ser médica, posso dizer pelo menos que sei o que eu não quero! Por hora sou pedagoga, jornalista, bailarina, mas posso ser ainda outras, são tantas possibilidades que nem eu sei o que eu posso querer amanhã... e aprendi que é o primeiro passo de poder, sempre.

Talvez ninguém saiba assim, tão bem, o que quer. E mesmo que saiba, isso não significa que não possa mudar de ideia. Poder mudar todos os dias de opinião é um presente que a vida nos dá, e só aproveita quem é inteligente o suficiente para perceber.

O mundo não chegou aonde está porque todos andaram sempre no mesmo caminho. Se hoje temos tantas possibilidades de escolha é porque muitos outros mudaram de opinião, ousaram e arriscaram fazer tudo diferente, do seu jeito. E por que? Ah, porque eles queriam, ou porque talvez não soubessem tão bem assim o que queriam!

Com sua licença, mas ainda bem que eu não sei o que eu quero! Assim posso decidir, todos os dias, o que me faz mais feliz nos instantes que vão ser, de novo e de novo, os primeiros momentos do resto da minha vida.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Descartando vidas

A vida vai passando e pessoas vão entrando e saindo nela a todo instante, mais ou menos importantes, pouco ou muito marcantes. É como um trem, no qual somos o maquinista: não temos controle sobre quem embarca e desembarca, nem por quanto tempo eles permanecem conosco - e, se quisermos, paramos o trem e fazemos com que desça quem não é mais bem quisto. A vida é assim, apesar de não nos deixar escolher quem irá atuar conosco, nos dá a oportunidade de dispensar - caso seja de nossa vontade - àqueles que não desempenham o papel como esperamos.

Há alguns meses decidi levar uma filhotinha de coelho toy para casa. Era um gracinha de animal, pequenino, branquinho, parecia de brinquedo! O rapaz do pet me garantiu que só cresceria mais 10cm, que era uma raça miúda que poderia ser criada em casa. Comprei os acessórios necessários e a Blanche passou a fazer parte da minha rotina. Mas como era de se esperar, afinal apesar de toda fofura não é uma coelha de pelúcia, ela cresceu. E como cresceu! Cheguei ao ponto de ter de comprar novos acessórios, pois os dela já não serviam mais, e ela não parava de crescer. Percebi então que não se tratava de um coelho toy, e sim de um coelho tradicional, do tipo que fica bem grande e precisa de muito espaço...

Durante o crescimento cheguei a ir algumas vezes ao pet, mas nunca encontrava o veterinário para me explicar o que estava acontecendo. Hoje fui até lá e resolvi esperá-lo até que aparecesse, e, quando chegou, ele confirmou minha impressão e me propôs que a levasse de volta, a fim de trocar por outra menor. A minha iria de volta ao criador e lá ele decidiria o que fazer, pois ele tem várias criações, inclusive para abate. Depois de quatro meses comigo. Obviamente disse a ele que não faria isso, era absurdo, e então ele tentou me convencer de que era o melhor a fazer, inclusive citando os problemas que ela pode causar, e finalizando com a frase: "acho melhor você desistir".

Saí de lá com muita pena desse Dr. que, mesmo tão jovem e numa profissão tão especial, parece ainda não ter entendido como funciona a participação das criaturas vivas, que aprendemos a amar, em nossas vidas. Não desistimos de animais, como não desistimos de pessoas, só porque as coisas não saíram exatamente como esperávamos. Nos adaptamos, procuramos soluções, no caso mais extremo até nos afastamos para que o outro seja mais feliz, tenha mais qualidade de vida... mas desistir não.

Se algo pulsa, vive, compreende, e é capaz de participar da sua vida modificando-a diariamente, o mínimo que merece é respeito, carinho e atenção. Independente do que é ou não mais conveniente.

Há pessoas que desistem de pessoas, e sabemos disso. Maltratam filhos, são displicentes com idosos, assassinam pais, jogam crianças em lixos. Existem também aqueles que desistem de uma forma menos violenta mas igualmente dolorosa, quando chamam o outro de idiota e duvidam de sua capacidade de aprender, quando não se esforçam pra compreender o que outro precisa, quando por preconceito julgam outros inferiores a si, quando esquecem que são as pequenas ações que mudam o mundo e já o dão por perdido, sem salvação.

Há também pessoas que desistem de animais. São cães que já foram guardas, guias e companheiros e ficam jogados pelas ruas porque estão velhos e feios - e precisam de muitos cuidados, são gatos que não puderam ser levados com os móveis na mudança e perderam a 'serventia', são peixes que passam a dar muito trabalho e são jogados - não tão acidentalmente - em lixos e vasos, são animais descartados, como se não estivessem vivos, fossem apenas adereços. Brinquedos de luxo do bicho homem.

Mas animais não abandonam animais por futilidades. Pelo menos não os irracionais. Estes cuidam, protegem, se unem, e agem de acordo com sua natureza, com suas possibilidades. Nesse momento acho sábio questionar essa nossa racionalidade de ser humano, que pode estar seriamente comprometida por conta dessa busca pela praticidade e satisfação, descartando com facilidade demais tudo aquilo que não se encaixa perfeitamente em nosso projeto de vida - inanimado ou não.





terça-feira, 21 de junho de 2011

Sobre o futuro

O que será que nos espera daqui a alguns anos? Lares automatizados no melhor estilo 'Jetsons' ou cidades devastadas e problemas com falta de água e energia advindos do nosso mau comportamento com o meio ambiente?

Cada dia vejo mais filmes e livros sobre profecias e premonições acerca de um destino terrível para os seres humanos, um futuro de dar medo! Seja porque o mundo vai acabar, porque a Terra vai explodir, porque as pessoas vão se deformar, ou até pelo religioso Apocalipse, um enorme número de pessoas parece estar motivado a falar sobre as possíveis catástrofes que podem dar fim a nossa existência nos próximos tempos. Isso pode acontecer ou não, mas para algumas dessas hipóteses uma mudança de comportamento hoje garantiria um amanhã melhor - ou um amanhã qualquer.

Por outro lado, esta semana ainda, foi testada com sucesso em laboratório, a primeira vacina contra câncer de próstata, e em dois anos estão previstos os testes humanos! Isso é praticamente a redescoberta da pólvora, é a possibilidade de esperança pra que nossos filhos e netos não sofram com o que é, possivelmente, o maior mal dos dias modernos. Em outras palavras, existem também previsões de um futuro muito doce nos esperando ai pra frente...

Sem contar milhões de razões que temos para acreditar que o que nos espera há de ser fantástico. A nova campanha comercial da Coca-Cola, que levanta o tema "dos bons serem maioria" e muito sabiamente atrelou a marca ao conceito de felicidade, se tornou uma febre em poucos dias por um motivo óbvio: queremos muito acreditar que o bem prevalece, e precisamos de reforço para isso, frente a todo o horror que assistimos diariamente, praticado pelo próprio ser humano! Ações voltadas aos bons exemplos e bons comportamentos serão cada dia mais valorizadas, a fim de motivar as sociedades.

De qualquer forma temos de entrar na linha, cuidar de nossas crianças para que levem a frente nossas perspectivas de mundo melhor, cuidar desse planeta que tão bem cuida de nós, cuidar para que não sejamos nós mesmos os produtores do tal "fim dos tempos". O futuro é a adição de tempo passado mais presente, sistematicamente, e não tem como mudar o resultado sem alterar as parcelas da equação. Uma vez que o passado não permite esse tipo de interferência, o jeito é darmos uma repensada no presente... e o futuro tem tudo para ser brilhante!