terça-feira, 17 de abril de 2012

Ser mulher não é fácil. Ser mulher num país de homens, menos fácil. Ser mulher num país de homens, onde ser mulher é ser o sexo frágil é bem difícil. E ser mulher num país de homens, onde ser mulher é ser o sexo frágil contanto que estejam satisfeitos os desejos dos homens é para poucas - e raras.

Já dizia a música Educação Sentimental: "A vida que me ensinaram como uma vida normal, tinha trabalho, dinheiro, família filhos e tal. Era tudo tão perfeito, se tudo fosse só isso... mas isso é menos do que tudo, é menos do que eu preciso!" Esse post é uma homenagem às minhas referências como mulheres, que vivem a vida de verdade, não aquela que aprenderam que seria a vida ideal - e o fazem sem dever um lápis, uma agulha ou uma lágrima a homem nenhum .

Por fazerem parte da minha vida há mais de vinte anos eu posso dizer, com absoluta certeza, que as conheço e admiro. E compartilhamos ideias e ideais. Brigamos juntas, choramos juntas, sorrimos juntas e superamos juntas. Minha personalidade tem muito da delas, e sou grata por isso.

Que não haja aqui uma distorção de fatos, não são mulheres que não tem sonhos românticos, que não desejam se casar e ter filhos, que não esperam cavalheirismo. Apenas aprenderam a viver apesar disto - nem sempre da forma mais agradável. Elas sabem que o conto de fada pode acontecer, mas paralelo a uma vida construída por elas, da qual os homens, o tal sexo forte que para defendê-las nem sempre é tão forte assim, fazem parte se e quando merecem.

A primeira é a guerreira Camila, motivo de orgulho. Superou todas as crises, cresceu muito nova porque a vida assim o quis, mas nunca se rendeu a ser uma vítima das circunstâncias. Cuidou da casa e dos homens da casa, e muitas vezes se deixou de lado por eles, mas sem deixar sua essência. Me ensinou que ser moderna é muito mais do que um estilo de se vestir, é encarar a vida e o mundo de frente, estudar muito pra ter certeza do que diz, mostrar ao mundo que merece respeito. Para estar ao lado dela ser homem não basta, precisa ser um grande homem, do tamanho da luz que ela irradia, senão muito obrigada - a porta da rua é serventia da casa.

A segunda é a esperta Tatiana, motivo de admiração. Transita entre os mundos possíveis e imagináveis, e se faz ver e ser vista em qualquer que seja a circunstância. Segue entre os que a julgam sem se incomodar muito com sua opinião, afinal, ninguém paga suas contas, ninguém sabe mais de sua vida que ela. Foi e voltou, mudou de ideia, depois voltou atrás, mas tudo com muita elegância, afinal tem como certo que uma hora encontrará seu caminho, ou continuará seguindo por todos - a vida lhe faculta o poder de se redefinir a cada dia. Não é mais dependente do sonho (nem de emprego, nem de relacionamento, nem do glamour) ela se basta e se resolve, e o homem que quiser acompanhá-la boa sorte: mas que tenha pique!

A terceira é a brava Renata, e sempre me surpreende. Nunca aceitou a convenção, não abaixa a cabeça pra ninguém. Em destino até acredita, mas se der bobeira ela muda tudo, afinal não é de se contentar com nada que não esteja do jeitinho que queria. Usa a história do sexo frágil a seu favor, se faz de mocinha da história com facilidade - mas quem conhece sabe que mocinha ou não quem leva as rédeas da história é ela, mesmo que tenha de mudar de personagem. Talvez seja, das três, a que mais se machucou tentando se enquadrar no modelo, porque sempre foi também a mais solta, a mais livre, a mais ousada. Mulher que não deixa nada a dever pra nenhum homem, mas sem deixar de ser uma mulher fantástica. E os homens que se preparem: porque pra ela nenhum é páreo, e logo chega ao mundo a sucessora do dom!

Outras tantas mulheres maravilhosas que fazem parte da minha vida merecem também os aplausos desse mundo de homens, que teve de reconhecer que elas são muito mais do que podem segurar, mas hoje eu dedico meu recado a estas três irmãs/amigas/parceiras, meus modelos de mulher de vinte e tantos anos.

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