quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Noite e Dia


Setembro passou voando, e já acabou! Eu nem vi direito o mês passar, mas também pra mim, especificamente, setembro é um mês naturalmente agitado por aniversários e festas, e esse ano parece que as comemorações fixas se somaram a umas outras esporádicas e o tempo passou ventando...

As vezes eu gostaria que meu dia tivesse umas trinta horas sabem? Pra eu ter tempo hábil de fazer tudo que eu gostaria de fazer... porque não adianta, tempo para as coisas importantes e sérias sempre arrumamos: tempo para trabalhar, tempo para estudar, tempo para cuidar dos problemas... o que falta é o tempo pra passear, curtir os amigos e os amores, dar risada, assistir os filmes preferidos, essas coisas despretensiosas... mas que talvez no fundo sejam as realmente importantes!

Porque se for avaliar bem o importante é ser feliz, e ser feliz consome um tempão! :o)

É isso ai, já dizia Clarice, "não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito", e quer saber, estou com ela e não abro: ser feliz tem que ser prioridade, que depois venha o resto...

Não estou aqui incentivando deixarmos nossas responsabilidades de lado e sairmos por ai, a sermos felizes... rs Isso seria até cômico vindo de mim, justo eu que fico por ai pleiteando dias mais longos - e noites inifinitas...

Eu sou apaixonada pelo céu escuro... amo as noites, acho elas românticas, poéticas e graciosas, principalmente as de primavera, como a de hoje. Sejam frias ou quentes, as noites primaveris têm um aroma especial, quase que um gosto de felicidade embutido no ar, já sentiram? Acho até que a lua podia bem ficar mais umas horinhas conosco todo dia, que seriam bem aproveitadas dançando, festejando, namorando ou dormindo... Quem pode me culpar por insistir tardar mais a amanhecer quando a noite se faz tão doce?

Pensando bem, acho que está bom como está o número de horas por dia... porque se fossem mais horas certamente surgiriam mais compromissos inadiáveis, prazos irredutíveis e atividades compulsórias a realizar... deixa como está, doze por doze, que assim a lua participa suficientemente das nossas vidas, e eu continuo assim, sem tempo pra deixar de ser feliz!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Por onde anda Deus?


Essa semana li numa revista uma entrevista de uma famosa cantora de axé dizendo que fala com Deus pela televisão... é isso aí, segundo a musa dos seguidores de trio elétrico o Senhor manda sinais e mensagens para ela pelo televisor, através dos inúmeros programas evangélicos da madrugada. Com certeza a afirmação me foi estranha, mas não cheguei de todo a duvidar, afinal de contas cada um tem o direito de encontrar com sua fé onde bem entender... mas a reação a minha volta quando eu comentei não foi de aceitação.

O episódio também me lembrou da letra de uma antiga canção pop, dos oitenta/noventa, que eu adorava na adolescência... dizia algo como "sim ele é Deus, e eu sou louca, mas ninguém desconfia, pois disfarçamos muito bem e somos imortais, vou rezar, ligar o rádio, ficar invisível (...) Deus por favor apareça na televisão!", e esse era o som top, tocava sem parar nas rádios... Na época me recordo que as famílias não aceitavam muito bem a música, como se fosse uma espécie de desrespeito, mas vai saber se os compositores também não sentiam certa ligação entre sua religiosidade e os meios de comunicação?

Vejam bem, não estou aqui defendendo gregos nem troianos, e até pelas profissões que escolhi seguir na vida sou bem eclética quanto à religiosidade - tenho a minha, mas aceito a dos outros numa boa, a não ser que se torne agressiva com o que eu considero correto e humano - mas chega a ser engraçada a forma como alguns execram os meios de comunicação, com campanhas do tipo "televisão é a besta" e tal, e outros encontram justamente na telinha uma forma de receber ensinamentos espirituais...

Que Jesus foi o maior comunicador da história é fato, e que a televisão exerce poder sobre os telespectadores é outra grande verdade, portanto porque temos tanto preconceito com as situações religiosas ligadas a tv? Chega a ser engraçado isso, temos uma diversidade de canais religiosos, sejam eles católicos, evangélicos, espíritas etc. - enfim, tem pra todo gosto - mas todos são vistos de forma preconceituosa, exatamente o contrário do que pregam!

Aliás, sejamos sinceros, que fundamento tem qualquer guerra religiosa - tenha ela as proporções de dois países se destruindo ou dois vizinhos deixando de se falar - se no fundo, pelo menos em teoria, todas as religiões e agrupamentos religiosos buscam o mesmo ideal, a paz? Será que quando nos colocamos a brigar por "motivos religiosos" são estas mesmo as nossas razões, ou é simplesmente a dificuldade de aceitar as diferenças, ou a vontade de ser sempre melhor, do melhor grupo, do grupo da verdade que nos move? Situações como essa de hoje me fazem pensar se a religião algumas vezes não afasta mais as pessoas de Deus e de sua crença real do que as aproxima...

Enfim, certo mesmo estava aquele famoso texto Desiderata, que foi encontrado em um manuscrito numa igrejinha de Baltimore, que diz: "Você é filho do universo e merece estar aqui. Procure, pois, estar em paz com Deus, ou com aquilo que chama de Deus. Caminhe com cuidado e faça seu esforço diário para ser feliz." É isso aí, esteja em paz consigo e estará em paz com seu Deus ;o)