quarta-feira, 22 de julho de 2009

Tudo aquilo que nem nome tem...


Clarice Lispector dizia assim, tenho em mim todos os sonhos do mundo, liberdade é pouco, o que eu desejo ainda não tem nome... e eu acho que sou assim também, eu ainda não descobri direito qual o nome disso, talvez nem tenha um nome, mas eu sei que é isso que eu quero...

Tem dias como hoje que eu paro pra pensar em todas as escolhas que eu fiz, em todas as pessoas que eu deixei fazer parte do meu caminho, nos acertos e erros que me trouxeram até onde eu estou hoje... e nessas coisas todas de filme melodramático que vêm na nossa cabeça quando paramos pra pensar na vida, e no que queremos realmente dela...

Cheguei a conclusão de que o que eu quero é ser feliz. E ponto. E ninguém tem o poder de me impedir disso, afinal todos nós temos direito à felicidade. Não quero ser feliz mimi cocó, tipo casa de bonecas, eu quero ser feliz mesmo, me jogar, chegar no topo do tudo e dizer: quer saber, era isso mesmo que eu queria, mas agora eu quero mais!

Não deve ser tão difícil alcançar a felicidade, apesar de alguns dizerem que ela nem existe, é coisa da nossa cabeça... Todos nós temos momentos felizes, alguns mais, outros menos, mas todo mundo tem, o grande lance é diminuir a distância entre eles, conseguir ser feliz com as pequenas coisas. As crianças são assim, se deslumbram com uma folha caindo, ou com os pingos da chuva, e nós perdemos essa habilidade conforme ficamos velhos (de corpo e de alma...)

Se conseguirmos colar os momentos felizes um no outro, como uma colcha de retalhos, ai então seremos plenamente felizes... não que não teremos mais problemas, mas conseguiremos ver quão mais importante que eles é a quantidade de coisas boas que nos acontecem a cada segundo.

Se prestamos bem atenção, em cada coisinha boa que nos acontece, parece uma verdadeira conspiração do cosmos a nosso favor! Mas as vezes a gente está tão down, envolvido com as coisas que não dão certo, que não vê mais nada :o(

Acho que é isso, estou em busca da felicidade, e quem estiver disposto a me ajudar ou se juntar na procura sinta-se a vontade. Estou fundando aqui um movimento por mais chocolate, mais sorvete de morango, mais banhos de chuva, mais passeios sem hora pra voltar, mais sorrisos, mais amor, mais vida...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Nossos ídolos...


No dia em que Michael Jackson morreu eu não acreditei. Nada de ataque de nervos, não sentei no chão e chorei, não escrevi cartas de não-sei-quantos-metros pra levar ao velório, no qual, aliás, nem que convidada eu iria, pois achei de péssimo gosto toda aquela festança em torno de um caixão...

E o mais interessante é que ninguém que eu conheço teve esse tipo de reação descontrolada também, o que parecia é que simplesmente não acreditavam no acontecido. Todos trabalharam o dia todo, e ao chegar em casa souberam que o rei do pop estava morto, e a pergunta disseminou pelo msn, e-mails, telefone: como assim???

A grande verdade é que Michael Jackson, para nossa geração, de atuais vinte e poucos ou muitos anos, não foi uma pessoa. Ele representava um movimento todo!

Meu primeiro CD foi do Michael Jackson, o Dangerous... e detalhe que eu ganhei o CD para substituir o LP, que já estava todo riscado. As nossas danças eram inspiradas por ele, o nosso inglês se aprimorava enquanto cantávamos e não só eu como todos os meus amigos queriam ir ao seu show no Brasil, ainda que nenhum de nós pudesse entrar...

Ele realmente reinou, e reinou o mundo todo. Sua fama ficou maior do que suas pretensões, e talvez isso não tenha feito bem. Michael Jackson é um grande exemplo de como a exposição da mídia pode destruir o mais belo dos talentos. Ele foi tudo que a mídia quis, até que talvez não tenha sobrado mais nada para ser o que ele queria...

Quando ele cantou “it don’t matter if you’re black or white” ele influenciou toda uma geração, ele demonstrou que o preconceito racial precisava acabar, ele mostrou ao mundo milhares de fãs de todas as raças que curtiam juntos seu som... mas ele mesmo não conseguiu resistir à necessidade da perfeição, e por não se aceitar terminou a vida transfigurado, e de outra cor...

Ele gritou ao mundo que era preciso cuidar das crianças, “we are the world, we are the children”, quando na verdade sua própria infância não foi respeitada, e só foi buscada por ele depois de adulto, em Never Land. Na música “Heal the World”, uma de minhas preferidas, ele dizia, curem o mundo, mas acabou colocando a si mesmo em uma série de escândalos, inclusive com os filhos.

Entretanto, a essência de Michael sobreviveu a todos os contratempos, a todas as polêmicas... até hoje ele é um ícone, maior do que sua própria vida. Há cerca de dois anos atrás eu estava na faculdade de jornalismo e num festival de talentos fizemos uma remontagem de thriller, e foi fantástico. De repente todos sabiam a letra, todos sabiam a dança, thriller nights fizera parte da vida de todos que estavam naquela faculdade, de todos os cursos, de todos os cantos.

No dia do velório um dos alunos da escolinha, de quatro aninhos, estava cantando beat it, com o inglês mais distorcido que eu já vi, e me perguntou se eu conhecia o moço que cantava essa música e tinha morrido. Sentei e conversei um longo tempo com eles sobre o que foi Michael Jackson pra mim e pros adultos em geral, e o quanto as músicas dele influenciaram minha vida, e cheguei a conclusão de que Michael foi uma espécie de Hanna Montana da minha adolescência, um ícone do imaginário de toda uma geração...

Hoje eu entendo porque não conseguimos assimilar a morte dele. Michael continua vivo, pois sua história se misturou em tantos laços com as nossas que ele nunca vai deixar de estar presente. E muito provavelmente nossos filhos e sobrinhos, por nossa influência, acabarão, mais hora menos hora, cantando “'cause this is thriller, thriller nights, and no one's gonna save youfrom the beast about to strike” ou qualquer coisa do tipo...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Os filmes dos nossos netos


Sabem, as vezes eu fico pensando sobre como serão os filmes que nossos netos vão assistir... Será que serão como os nossos ou será que a indústria cinematográfica terá dado um salto tão grande - como o que aconteceu entre a época de nossos avós e a nossa - e nossos blockbusters parecerão a eles o que o cinema mudo nos parece, quando muito um retrô charmoso?

Apesar de que os nossos filmes, as vezes, já me parecem limitados, o que me faz pensar que talvez meus netos nem queiram assistir toda essa tranqueira, se salvando apenas um ou outro "Fabuloso Destino de Amelie Poulan", do cinema cult. A revolta com Hollywood não surgiu do nada, ela foi incitada pelo último Exterminador do Futuro, que eu assisti esse fim de semana.

Na boa, será que não seria mais legal se o filme tivesse alguma história? Eu curto o Exterminador do Futuro ok, a idéia de ficção, os milhões de tiros... mas a impressão que eu tenho é que com o passar da série os filmes estão regredindo no sentido de roteiro, história, ao mesmo passo que avançam em tecnologia de gravação e de recriação de máquinas.

Outra situação que me chamou atenção foi a participação de nosso amado Exterminador original no filme. Claro que ele tinha que aparecer em algum momento da história, afinal nada mais justo um vez que ele deu personalidade ao personagem, mas o papel em que encaixaram ele nesta produção é no mínimo ridículo, uma micro aparição esquisita, fala sério né?

O mais engraçado é que, no filme, o robô do Schwarzenegger, numa bela briga com o protagonista, é congelado e fica com os dedos - ou sei lá como chamam dedos de robô - endurecidos, lembrando uma artrose... e galera, na boa, é bem por aí! Sem maldade com o ator, que eu admiro muito, mas o personagem tem que sobreviver ao intérprete, leia-se ai a gama de James Bonds que já tivemos em nossas telas... a cor do cabelo muda, a altura muda, mas ele é O CARA, o James Bond, sempre, ele não aparece de um hora pra outra com uma bengala, ele está sempre pulando de pára-quedas no meio do oceano!

Tudo isso sem contar que a Star é uma criança, não só na ficção como na vida real. O filme que ela fez ela não deveria nem assistir, devido ao índice de violência que ele apresenta, logo, estamos em 2009, que tal pensarmos melhor neste tipo de exposição de crianças a assuntos inadequados?

Bom, basicamente é essa minha opinião sobre os novos caminhos de nossos velhos filmes preferidos. Séries de filmes deveriam respeitar os fãs que esperam alguma história delas! E se o Terminator continuar por este caminho, no próximo filme em vez de artrite o robô do Arnold vai estar de óculos pra leitura, usando uma bengalinha pra lutar... hasta la vista baby, mesmo!