quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Underneath it all

O que nós realmente somos por baixo de todas as ideologias e padrões que vestimos? Não falo apenas de vestir no sentido limitado de roupas e tecidos que escolhemos (ainda que estas escolhas mostrem muito do que somos ou queremos ser) mas também dos valores que temos e das atitudes que tomamos em busca de um ideal de "ser".

Provavelmente uns 70% do que aparentamos é socialmente ditado, da cor das roupas ao corte de cabelo. Em determinados momentos, talvez até mais que isso. Até a medicina estética é muitas vezes ferramenta utilizada em busca da tal "aparência perfeita", mas que aparência é esta?

Hoje a moda é azul, amanhã amarelo. Hoje todos fazem operações corretivas para os olhos e amanhã voltam a usar armações sem lentes, pois voltou a estar na moda usar óculos: se tornou questão de estilo! Hoje é chique fazer parte de uma ONG beneficente que cuida de animais, mas amanhã o
must podem ser as instituições de reciclagem - e aí danem-se os cachorrinhos abandonados! E apesar de ser bem difícil estar sempre na moda, dentro das tendências esperadas, tem aqueles que nunca deixam de tentar, e vivem correndo atrás dela.

(Um parênteses sobre a moda: Acredito que estar na moda é conseguir ser feliz com você mesmo, é a sua moda, a sua forma de ver as coisas - mas isso é muito particular).

Sem contar as inúmeras obrigações sociais que vestimos para que nos aceitem e reconheçam. Para ser bem recebido e viver bem em sociedade é necessário, no mínimo, aderir a certas regras e comportamentos, que passam a fazer parte dessa nossa máscara de todo dia. Vejam bem, não estou falando aqui de educação: princípios educados precisam fazer parte da vida de todos sim, é fato! Estou falando aqui das convenções sociais que cumprimos por pura obrigação, sem que isso melhore nosso relacionamento com o outro (como a educação) e sem que isso nos traga alegria (pois não nos trazem prazer).

Tenho a impressão de que, muitas vezes, nosso verdadeiro EU, aquele com que realmente sentimos, fica meio soterrado sob todas essas convenções e ditaduras - e mal consegue aparecer! E é aí que eu me pergunto, o que nós realmente somos sob tudo aquilo que os outros vêem em nós?

Será que alguém consegue enxergar?

Será que nós ainda sabemos?

domingo, 4 de julho de 2010

Apaixonados por Futebol!


Brasileiros são apaixonados por futebol, e ponto. Há quem diga que isso é um exagero, que talvez alguns brasileiros sejam fanáticos mas englobar a nação toda nisso seria um pouco demais etc. Mas, no fim das contas, não é a toa que todos acabamos abraçando a alcunha de país do futebol.

Pra começar, brasileiros são apaixonados. Apaixonados e apaixonantes diga-se de passagem. Nos entregamos às coisas que queremos bem, em todos os aspectos. Raro é o brasileiro que não ama com paixão, que não torce com paixão, que não sonha com paixão. Exatemente, até sonhamos com ardor, com vontade, com força. E assim também é com o futebol, nos entregamos de coração à nossa camisa (seja a amarela ou a azul) e torcemos até o último segundo, apaixonados pela idéia de que o mundo entenda nossa paixão por esse esporte. E somos também apaixonantes, porque podem até haver aqueles que não se rendem à nossa equipe, mas a nossa torcida não tem quem não admire.

E o povo brasileiro é um povo de fé. Fé em suas religiões, em suas superstições, em seus encantos peculiares. Temos fé em pessoas e em ditados, nutrimos a idéia de que a fé remove montanhas e, principalmente, temos fé no dia de amanhã. Temos fé nos nossos jogadores, na nossa equipe, no nosso ideal. Temos fé que até o último minuto tudo pode mudar, vide nosso coração apertado nos últimos momentos da partida contra a Holanda, e ainda na derrota temos fé na mudança, pois servirá como ponto de partida para a melhora no próximo embate. Temos fé na superação.

O Brasil é um país orgulhoso. Já diz nosso grito de guerra: Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor! Mesmo porque não nos orgulhamos de algo que não amamos. E amor e orgulho andam juntos por aqui, nas milhões de bandeiras que estiveram (e ainda estão) penduradas nas muradas, nas camisas da selação – originais ou quase – que desfilaram pelas ruas desde o início da copa, em cada vuvuzela que tocou em cada gol. Temos orgulho de ser brasileiros, de carregar as cores do país no peito e dizer, pra quem quiser ouvir, que somos os melhores.

Nossa seleção foi brava, corajosa. Foram bravos como time, que enfrentou a preparação, os jogos, a distância da casa e da família, a pressão da imprensa e de todos os corações apaixonados que depositaram neles sua fé. Foram bravos como todos os brasileiros que decidem de tornar jogadores de futebol, seja pelo talento natural ou na tentativa desesperada de escapar da pobreza, num país menino, que muitas vezes valoriza mais os jogadores de seu esporte dileto do que seus engenheiros e médicos - não somos perfeitos, mas como as crianças estamos crescendo e evoluindo.

Num país tão apaixonante, como não sermos apaixonados pelo futebol? Como não engrossar o coro de “pra frente Brasil” quando o país cala ao apito de início do jogo, e restam apenas os gritos da torcida?

Até mesmo São Paulo, a cidade de pedra, sem coração, parou pra ver o Brasil encantar. Quem não foi dispensado levou a televisão e o apito pro serviço, e assistiu o jogo, torceu, mordeu a camisa, perdeu o fôlego. Ninguém fica imune à paixão nacional por aqui... teve até executivo com a camisa canarinho por baixo do terno passeando na Paulista, achando graça na contradição.

E num descuido da seleção foi-se o sonho. Talvez se o Ale não estivese lá as coisas tivesem sido diferentes (é, o Janes me contou que vc assistiu o jogo ao vivo...rs), talvez se o Felipe Melo tivesse errado aquela cabeceada as coisas tivessem sido diferentes, talvez se o Dunga tivesse substituído o Kaká, talvez... mas o apito final soou e nada mais importava, o Brasil estava eliminado da Copa. A tristeza que se abateu por aqui foi digna de um fim de caso, de um rompimento de casamento de anos! Porque assim são os apaixonados, se deixam levar pela emoção.

Mas uma coisa tem que ser dita, depois da tempestade sempre vem a bonança! No dia do jogo contra a Holanda as lágrimas rolaram, e não teve o brasileiro que não se doeu. Uns reclamaram, outros realmente choraram, e tiveram aqueles que desdenharam e diseram que nem estavam torcendo, nem esperavam nada – esses, é claro, dos mais apaixonados, que nem no último caso querem demonstrar o quanto são brasileiros com muito orgulho e muito amor e estão decepcionados.

E no dia seguinte, no primeiro jogo, a Argentina apanha de quatro da Almenaha e o sol voltou a brilhar. Um, dois, três, quatro! As coisas já não estavam asim tão ruins...

Com a Argentina eliminada a pressão diminuiu, nem nós nem eles! Que a taça fique com outro então! E não é porque os brasileiros odeiem a Argentina não, a rivalidade que temos com os hermanos no futebol se explica fácil: são tão apaixonados e enlouquecidos quanto nós – e os apaixonados perdem as estribeiras as vezes e falam demais! rs

Passamos então a torcer pela Alemanha, o algoz de nosso grande rival? Jamais! Torcemos agora pelo Uruguai, que é a zebra da Copa.

E por que o Uruguai? Porque são apaixonados por futebol, porque vestem a camisa, porque deram uma entrevista emocionada dizendo o quanto estavam felizes de terem chegado até ali. Mostraram respeito aos gigantes e pediram a chance de um lugar ao sol nos campos gramados. E o brasileiro apoiou, porque não há apaixonado de verdade que resista a uma boa história de amor quase impossível!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Tempo perdido


Uma música do Legião Urbana ficou muito famosa, e dizia, entre tantas coisas, que "nem foi tempo perdido... somos tão jovens..." Essa música e tantas outras da geração pop rock embalaram grande parte da minha adolescência. A idéia de que nada era tempo perdido reinou nos finais da década de noventa, e ao que me parece continua imperando, principalmente dos doze aos dezoito anos.

Por ser uma fase de descobertas eu acho perfeitamente aceitável que aqueles que estão tentando entender as regras do jogo da vida adulta acreditem que tudo é válido, que nada é tempo perdido, mesmo porque todas as experiências pelas quais passamos é que nos tornam o que somos no fim da história. Acontece que chega a hora em que o tempo passa a ser mais valioso, e menos passível de desperdício. Chega a hora em que precisamos encarar o tempo perdido como algo a ser evitado.

Hoje, um pouco menos entusiasta pelo novo e um pouco mais apaixonada pela vida eu percebo que o tempo mais perdido é aquele consciente, que desperdiçamos de forma tola em momentos que sabemos que não nos acrescentarão nada, como desentendimentos com aqueles que amamos e atividades que não concordamos em realizar por nossos princípios.

No fundo a raiz de todo o tempo perdido é o fato dele ser inutilizado para aprendermos algo. Quando se desiste de aprender, de se aprimorar, das novas experiências, desiste-se automaticamente de viver. E certas situações só resultam em dor, rancor, mágoa e outros sentimentos e sensações que não acrescentam nada ao nosso ser. Evitar tempo perdido depende diretamente de ter discernimento para avaliar quando a continuidade em determinada situação ou circunstância deixou de trazer qualquer benefício.

Me entristece profundamente perceber que algumas pessoas não ultrapassam a fase das descobertas, e continuam se dando ao luxo de perder tempo com bobagens: brigas sem finalidade, relacionamentos que não se baseiam em cumplicidade e amor, trabalhos que vão contra sua verdade moral, ciúme possessivo julgando que se pode ser dono de outro, falta de fé no poder de cada um de mudar o mundo - nem que seja mudando um alfinete de lugar.

Há aqueles que com vinte, trinta, sessenta anos, parecem ainda não ter percebido como o tempo que temos pra viver é curto. E não importa se alguém vive quarenta ou cem anos, o tempo sempre será curto se levarmos em consideração a infinidade de maravilhas que temos para compreender e absorver durante a vida. É infinitamente perfeito acordar todos os dias e abrir os olhos para vinte e quatro horas de aventuras que se apresentarão! Então por que perder um segundo sequer fazendo o macarrão com azeite se você prefere o gosto da manteiga?

Vou mais adiante, por que perder um minuto de minha vida brigando com a pessoa que amo porque ele não coloca o açucareiro na prateleira correta, por que tirar o brilho deste dia fantástico ao constatar que meu trabalho não me realiza e não faço nada para mudar esta situação, por que desperdiçar três horas de beijos e carinhos por conta de ciúme de um ex-namorado qualquer que mandou um e-mail engraçadinho?

E ninguém merece vingança, seja lá o que for que lhe tenha feito, porque a vida se encarrega disto, lembrando aqueles que agem com maldade de que estão cada vez mais longe da felicidade. Não vale a pena perder seu tempo com a idéia de que se pode ensinar lições a pessoas que não querem aprender, a vida é curta para isso, limitemo-nos a ensinar aqueles que percebem o real valor de sentir seu coração batendo cada hora em um compasso. Sempre haverão aqueles que não vão entender, ou que vão tentar perturbar a felicidade alheia, mas a força destes é a atenção que lhes é dada: sem a risada do público o palhaço perde o emprego, simples assim!

Ninguém é perfeito, e a felicidade é o caminho, não o fim dele, como já se diz há tanto tempo... ser feliz demanda aprender a viver, e não tentar encontrar a resposta mágica em uma fórmula, em um montante de dinheiro acumulado, em uma estrutura de família idealizada. A felicidade de cada um tem uma forma distinta, tem um gosto distinto, e só aquele que a alcança há de saber o que ela significa. Não se pode desperdiçar o tempo buscando a felicidade, porque nesse sentido qualquer esforço será inútil. É bem mais razoável viver a plenitude da felicidade no dia-a-dia, nos pequenos e grandes momentos, em cada abraço, em cada pôr-do-sol.

Existem pessoas que estão simplesmente vivas, esperando a vida passar, e outras que estão felizes em viver, aguardando ansiosamente por um novo dia. Cabe a cada um de nós escolher viver a vida como espectador ou como explorador de seus mistérios.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Dos santos


Hoje eu quero falar de santos. Não da cidade, nem do time de futebol, dos santos de verdade, essas pessoas que por terem realizado milagres e dedicado sua vida ao próximo foram canonizados e hoje têm seguidores por todas as partes orando por sua intersessão.

O dicionário define um santo da seguinte forma:
1. Essencialmente puro, soberanamente perfeito: a Santa Trindade.
2. Diz-se de pessoa que, por seus méritos e virtudes, é, depois de morta, reconhecida pela Igreja como digna de um culto de dulia: os santos mártires.
3. Que vive conforme a lei de Deus: é um santo homem; uma vida santa.
4. Pessoa exemplar, virtuosa, de conduta irrepreensível.

Nem todas as religiões crêem na existência de santos, ou melhor, nem todas as religiões crêem que deva se pedir pela intersessão de santos uma vez que se pode orar diretamente a Deus - se crêem ou não que essas pessoas existiram e tiveram, como citado acima, uma vida diferenciada que os tornou mais próximos de Deus é outra história.

Enfim, a grande questão pra mim é: e os santos que vivem entre nós? Será que estas pessoas que hoje são reverenciadas como santos foram reconhecidas como tal enquanto viviam e dedicavam suas vidas ao próximo?

Não mudei de religião, não me converti, não quero evangelizar ninguém... muito menos passei a me dedicar a assuntos teológicos! Só quero dividir uma experiência que tive e acho digna de ser compartilhada, nem que seja pra fazer pensar...

Esta semana conheci São Miguel - ou um São Miguel se assim preferirem. Eu acredito que Deus tem formas diversas de nos mostrar seu amor e seus enviados na Terra, basta que saibamos ver. É como dizia Saramago, se podes olhar vê, e se podes ver repara. O importante está sempre nos detalhes e não naquilo que se ostenta, sempre! Segue a história, e fica a critério de cada um de vocês a conclusão se eu conheci ou não um São Miguel.

Esta semana fui fazer uma visita ao Lar Vivência Feliz, uma casa que abriga idosos desamparados, no bairro do Jabaquara, e que gosto muito de visitar. Como de costume levei uma surpresinha para os idosos, colombinhas de páscoa, algo infinitamente pequeno perto de tudo que poderíamos fazer por eles, mas que acaba lhes dando um motivo para sorrir.

Pois muito bem, cheguei com os pacotinhos e não havia nenhuma enfermeira disponível para auxiliar com a visita. É muito difícil entregar qualquer coisa a eles sem a ajuda de um funcionário do local, porque muitos tem problemas sérios de saúde, inclusive mentais, e a intervenção de uma enfermeira ou cuidadora acaba sendo valiosíssima.

Se algo não tem remédio, remediado está! Essa máxima da minha avó realmente é preciosa... A enfermeira pediu que eu ficasse a vontade para entrar nos quartos e falar com os idosos e lá fui eu. Já na primeira cama comecei a sentir a dificuldade que seria, pois era um senhor que parecia não enxergar bem, e eu não sabia seu nome para chamá-lo. Foi então que lá do fundo do quarto surgiu um outro senhor, de cabelos muito brancos, franzino e muito perfumado. Ele se apresentou como Miguel, só Miguel, e se prontificou a ajudar.

A cama do Sr. Miguel era a oitava do primeiro dormitório masculino - os dormitórios lá são amplos e compartilhados por oito ou nove idosos divididos por sexo. Ele logo foi me dizendo o nome daquele senhor que não enxergava bem, sentou na cama ao seu lado e começou a conversar com ele, como se fossem amigos de infância. O outro homem já devia estar acamado há muito tempo, pois já não tinha mais forças, mesmo assim se animou com a conversa do Miguel. E assim foi durante uma hora, com o Miguel apresentando cada um dos colegas de quarto, contando a história de suas vidas e trocando apertos de mão com os amigos.

Depois de visitarmos todos os internos daquele dormitório ele perguntou se eu queria ajuda com o restante dos idosos do lar, o que prontamente agradeci, com uma exclamação de "o senhor caiu do céu!" Mas o mais surpreendente é que o Miguel conhecia todos os idosos mesmo, de todos os dormitórios da casa. Vejam bem, eu não quero dizer que ele sabia seus nomes, não, ele realmente os conhecia, no sentido mais amplo da palavra. Sabia suas qualidades, seus gostos, suas profissões. Todos o saudavam com um sorriso, e todos eram apresentados como seus grandes amigos.

Quando chegou o momento do final da visita parei para conversar um pouco com meu distinto ajudante, que fora tão prestativo naquela tarde, parecendo mais o diretor daquela instituição do que um interno, e ele me contou sua história. Fora vítima de câncer, teve grande parte do corpo mutilado em uma cirurgia para a remoção de tumores, e estava se recuperando há pouco naquela casa. Vejam bem, ele estava lá há pouco tempo, em recuperação de uma doença horrível, e ainda assim encontrou força e tempo de cuidar de todos a sua volta, ainda que talvez ele fosse um dos que mais precisavam de cuidados. Não pude conversar muito com ele pois o horário de visitas estava acabando, mas lhe perguntei se era feliz, como fazia para superar seus próprios problemas. Do alto de seus quase oitenta anos o Sr. Miguel disse orgulhoso: "aqui tenho um teto, aqui tenho amigos, o que mais preciso para ser feliz? E como eu ainda tenho muita energia trabalho para ajudar meus amigos como posso" - e eu pensei que ele realmente parecia ter encontrado a tal da Dona Felicidade.

Tem gente que acredita em milagre, tem gente que não. Tem gente que acredita em santo, tem gente que não. Tem gente que acredita em Deus, e tem gente que não também. Temos o livre arbítrio de acreditar no que bem entendemos, e dizem que até isso é uma dádiva de Deus (até praqueles que nem Nele acreditam). Mas o que eu senti foi o seguinte, que passei aquela tarde acompanhada por um santo homem, por um homem de Deus. E fica pra vocês a decisão de acreditar ou não nisso.

No fundo, no fundo, o sentido da vida está no mistério que ela é. A vida só é a maior das maravilhas porque nunca conseguimos ter completo discernimento da dimensão dela. Muitas vezes as coisas estão perante nossos olhos mas não enxergamos. Talvez seja pra essas horas que tenhamos ganhado um coração de presente, pra conseguir ver além do óbvio o tesouro que é viver e quantos são os anjos nos acompanham nessa jornada, mesmo que não tenham vestes brancas e asas.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ah, o amor...

O amor deve ser o sentimento mais controverso que existe, mas ele toma a gente de assalto e quando nos damos conta já não vivemos sem a outra pessoa - seja qual for o tipo de amor, familiar, fraternal, passional, ele sempre chega de mansinho e nos torna reféns.

O mais bonito do amor é que ele não pede nada em troca. A paixão é egoísta, quer o outro só pra si e cobra, o tempo todo, o retorno de sua atenção, já o amor é doce, sereno, entende mesmo quando nem a gente se entende direito.

Esse post é uma declaração de amor, ao meu amor. Um amor que nasceu pequenininho e foi crescendo e crescendo e mudando de forma, até que se tornou, assim, essencial - como todo amor há que ser.

Como chamar se não meu amor alguém que entrou na minha vida ainda menina, e que agora eu não vivo sem? Entrou na minha vida como amigo, depois se tornou namorado, amante, confidente, cúmplice, e tudo ao seu tempo, e algumas coisas várias vezes... Ah, nada explica o amor, ele acontece e pronto, e eu sou vítima dele - ainda que ser vítima nesse caso encha meus dias de alegria!

Talvez sejamos diferentes como água e vinho, mas eu aprendi a me misturar a ele, e ele a mim. O exercício de aprender a ceder deve ter sido o mais difícil pra nós, porque foram tantas brigas, tantas discussões, tantas separações que a razão chegou a latejar de raiva a cada reencontro, mas o coração acabou falando mais alto e desistimos de ir e vir, agora andamos na mesma estrada, e pro mesmo lado.

Eu não sou consciente de todos os porquês de amá-lo, mas amo cada beijo, cada abraço, cada vez que ele chega na minha casa com flores, cada vez que eu faço ele tirar trinta fotos até eu gostar de uma, toda vez que eu ligo pra ele revoltada com o mundo e ele acaba me convencendo de que as coisas não são assim tão ruins. Ultimamente ando até meio boba demais, em dias como hoje que ele vem com ataquezinho de ciúme e eu acabo vendo o "outro lado da coisa", e ficando contente por saber o quanto sou importante pra ele. Mas tudo isso deve ser o resultado de estar com quem eu quero, e me bastar.

Porque eu sei que é amor, e dos mais bonitos, daqueles que o tempo e a vida construíram, daqueles que entram pra história.

"Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova

Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui, agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir embora

Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
E eu peço somente
O que eu puder dar

Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta

Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui, comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim, mais vivo"

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Momentos Musicais

Eu tenho momentos musicais, definitivamente! Não sei se todo mundo tem esses momentos, mas os meus são...

Essas últimas semanas têm sido cheias de momentos musicais, acho que até pela quantidade de acontecimentos que rolaram. É, pra quem sabe da minha vida, meus mehores amigos, não é difícil entender essa afirmação - esses últimos dias me fizeram ir e voltar quinhentas vezes na arena do pensamento e revirar tudo aquilo que eu já achei certo e errado e recolocar nas prateleiras que andavam meio embaralhadas...

Acho que por conta disso ando com toda essa musicalidade à flor da pele. Hoje meu momento musical é à la Ana Carolina. Estava me sentindo um barco no meio da chuva, um edifício no meio do mundo - ainda que eu nunca tenha dito que iria ser a pessoa certa pra você. As músicas da Ana são das minhas favoritas, não adianta, me identifico com elas, acho que desde a primeira vez que eu ouvi "quem de nós dois". Mas hoje a canção tocou na hora errada, no rádio, e eu que pensei que eu sabia tudo, cheguei a conclusão que se é você eu não sei mesmo nada...

E as músicas têm o poder de nos transportar pra outras épocas de nossa vida. Falando da Ana: Quem de nós dois me leva pra um dia de novembro de 2002, Uma louca tempestade pra um dia em que eu realmente precisava ver as luzes que outros olhos não me deixavam ver há tempos, Rosas pra um dia dos namorados, Aqui pro natal de 2009, A canção tocou na hora errada pra hoje.

Mas tem outros cantores que me fazem sentir dentro de suas músicas, e um deles é o Fagner. Eu não sou do nordeste, e não curto muito forró e afins, apesar de respeitar muito, mas Fagner me pega. É só eu ouvir deslizes que eu me sinto em casa, se eu estiver perto da praia então acabou, rola mesmo um momento de plenitude. Estou ouvindo ela agorinha mesmo, pra tentar neutralizar o efeito das rosas que dão no inverno, mas não parece estar adiantando.

É, em dias como hoje as canções simplesmente tocam na hora errada, ou certa, e eu não consigo não pensar...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

As mulheres do topo da árvore!


De vez em quando eu me pergunto o que leva muitas amigas minhas que são lindas e simpáticas a estarem solteiras, ou com certo pavor de compromisso... penso isso porque tenho amigos bonitos e educados que se envolvem com mulheres que, sinceramente, não tem o menor nível, de ladies não tem nem o nome...

O que será que leva homens e mulheres a este comportamento: homens de porte escolherem mulheres que são visivilmente destoantes deles e mulheres que poderiam ter vários homens aos seus pés preferirem ficar sozinhas ou manter relacionamentos abertos? Acho que Vinícius de Moraes já sabia a resposta há muito tempo, nós é que não percebemos nas entrelinhas...

O poeta já dizia: "As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos. Mulheres são como maçãs em árvores. As melhores estão no topo. Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar. Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de se conseguir. Assim, as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade, ELES estão errados... Elas têm que esperar um pouco mais para o homem certo chegar... aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore" - e no fim das contas ele parece ter toda a razão!

Mulheres que escolhem permanecer solteiras ou simplesmente não se casar com o primeiro que se propõe a colocar-lhes uma aliança no dedo podem ser simplesmente conscientes de que merecem alguém que se esforce para conquistá-las. Uma mulher do topo da árvore não procura alguém que lhe complete bêbada na balada, nem fica com uma dúzia de caras ao mesmo tempo pra mostrar o quanto está podendo. Ela se preserva e espera até que o destino coloque em seu caminho alguém com competência para escalar a árvore e conquistá-la - ou vários deles, até que um a faça se apaixonar!

E mais, mulheres do topo da árvore podem se dar ao luxo de escolher que tipo de homem querem ao seu lado, porque são poderosas. O poder feminino não vem do dinheiro, ou de roupas e sapatos caros, muito menos da cor do cabelo... o que torna mulheres poderosas é a noção real que tem de seu valor, e de seus valores. Não existe mulher bonita por fora e feia por dentro, a beleza é o conjunto da obra, e mulheres do topo da árvore são lindas de verdade. Quanto aos adereços, cortes de cabelo, cores de esmalte e escarpins são artifícios, que quando bem utilizados as auxiliam a atrair o tipo de homem que admiram!

É claro que mulheres não são prêmios a serem conquistados, mas os homens têm prazer em conquistar suas fêmeas, e o grau de qualidade delas está diretamente ligado ao esforço que eles têm de fazer para a conquista. Isso não quer dizer que toda mulher difícil é uma maçã do topo da árvore, mas praticamente todas as mulheres do topo da árvore não são nada fáceis! Não se tratam de jogos ou outros tipos de blefes femininos de sedução, essa dificuldade das mulheres alpha vêm da necessidade que elas têm de ter alguém ao seu lado que faça por merecer, e que consiga estar ao lado dela, sem se sentir superior ou inferior.

E os homens de hoje em dia parecem querer cada vez menos trabalho... e mais quantidade do que qualidade! Isso deixa as mulheres do topo da árvore perdidas, se sentindo negligenciadas, ou como se tivessem algum problema sério a ser resolvido, quando na verdade não há nada de errado em ser linda, inteligente, educada, formada e bem-sucedida! Muito pelo contrário, é ótimo ser uma mulher do topo da árvore!

Estamos em tempos de modernidade, em que se prega a facilidade e o desapego nos relacionamentos, mas certas coisas nunca mudam! As mulheres do topo da árvore continuarão existindo, ainda que tenham muitas mais maçãs caídas, e outras sortes de frutas em árvores mais baixas, elas estarão lá, no ponto mais alto da árvore. Sorte dos homens destemidos que ainda têm coragem de tentar alcançá-las, ainda que saibam que o tombo pode ser grande!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Todas as coisas nas quais optamos por acreditar...

Nessa vida existem verdades e mentiras. Essa é a real, não existem meia verdade e nem meia mentira, nem mentiras sinceras e nem verdades desnecessárias. Ou dizemos a verdade ou mentimos, ou ficamos quietos, essas são as opções possíveis, ainda que muitas vezes queiramos desesperadamente encontrar uma forma de amenizar a verdade, por assim dizer...

E quando se trata de crer funciona da mesma forma, existem as coisas plausíveis, nas quais acreditamos fielmente, e existem as coisas não-plausíveis, nas quais não acreditamos e ponto - e existem as variações dessas duas situações, é claro. Muitas vezes nos deparamos com situações em que acreditamos ou não, e outras pessoas tentam nos convencer de que estamos errados, mas isso dificilmente funciona... quando cremos em algo ou não apenas um motivo muito forte nos faz mudar de idéia.

Agora, e as coisas que optamos em acreditar, como funcionam? Existem perguntas que simplesmente não têm resposta, nas mais diversas áreas da vida, e como queríamos essas respostas não? Coisas relativas ao futuro e que envolvem sentimentos alheios geralmente se encaixam nesse quadro. E ai apelamos pro senso comum, nos abrimos com amigos, contamos o que nos aflige, e eles dão suas opiniões - uns acham que a pessoa gosta de você, outros não, uns acham que você pode ser bem sucedido mudando de profissão, outros não... e aí escolhemos, optamos por acreditar ou não que nossos sentimentos são correspondidos ou que nossas decisões são as mais acertadas.

O que eu queria muito entender é o que realmente nos leva a estas opções, será que é uma certa intuição ou apenas nosso desejo de que esta seja a verdade? Eu sei que eu opto diariamente por acreditar em coisas e em pessoas, principalmente em pessoas, e normalmente não me dou muito bem nessas. Ai sempre tem alguém que me pergunta: "Mas porque você achou que ele ia agir assim depois de tudo o que já aconteceu?" ou "Por que você não muda de atitude pra ver se dá mais certo em vez de insistir?" - e eu nunca sei o que responder, porque depois que eu vejo que optei por acreditar no lado errado parece bobo dizer que aquela parecia ser a única opção correta. Eu acho que não opto por essas verdades, elas é que optam por mim, é meio inconsciente.

Enfim, hoje percebi que escolhi acreditar numa coisa que não é verdade, infelizmente (aliás, já é a segunda vez essa semana). Optei em acreditar porque me fazia bem achar que as coisas podiam ser mais bonitas do que pareciam, que podia ter uma borboleta dentro do casulo da lagarta, mas acho que não tinha não. As coisas muitas vezes não são o que parecem, isso é uma verdade, mas as vezes temos que admitir que elas são do jeitinho que parecem mesmo. E nesse caso específico todos me apoiaram na minha opção, ou pelo menos a grande maioria das pessoas que se preocupam comigo, o que me conforta um pouco, pois pelo menos não fui a única a achar que a mentira era verdade.

De toda forma, cair na realidade de que acreditei numa situação inexistente é difícil e dói. Mas dói e passa - ou pelo menos costuma ser assim - e muitas vezes temos que olhar o lado bom da coisa: já que é pra cair na real que a gente caia logo, porque ninguém gosta de viver numa ilusão com prazo de validade.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Viver hoje, agora, já!


Hoje começa fevereiro... para alguns já começa fevereiro, para outros enfim começa fevereiro, tudo vai de como e quanto cada um aproveitou janeiro!

Fevereiro é quando tudo começa a funcionar de novo, ou pelo menos teoricamente deveria ser, porque daqui duas semanas tem carnaval e para tudo de novo - aqueles que chegam a começar antes do carnaval, anyway. É aí que eu me pergunto, como seria se no mundo todos os povos tivessem essa cultura, e adiassem o ano novo até o carnaval? Certamente o mundo seria mais tranquilo, mais calmo, e muito mais chato e parado no tempo.

E não é só o carnaval, muitas vezes as pessoas encontram pretextos para adiar sua vida, sejam eles feriados, aniversários, datas comemorativas... depois do dia das mães vou fazer tal coisa, depois do meu aniversário paro de fumar e beber, no ano novo começo a valorizar mais meu tempo... será que essas pessoas não percebem que estão adiando sua chance de viver?

Viver é uma benção, e viver é todo dia. A nossa vida começa de novo a cada segundo, e cada minuto que vivemos são sessenta segundos de chance que Deus nos dá de começar de novo, de tentar, de dar continuidade aos nossos projetos, de ousar algo novo, de amar, de sorrir, de se permitir ser feliz.

Eu já fui assim também, super preocupada com o amanhã, a um ponto que parei de curtir o hoje. E sabe a que conclusão eu cheguei? Que não ganhei absolutamente nada com isso, e ainda perdi a chance de curtir muitos jantares, cinemas, baladas, viagens e tantas outras coisas que deixamos pra outro dia, pra outra hora, pra outra oportunidade, por estarmos muito ocupados pensando no amanhã. Veja bem, uma coisa é estarmos realmente ocupados construindo ou trabalhando por um futuro, isso é ótimo, são essas motivaçãoes que dão cor à vida! Agora, perder seu precioso tempo de hoje, em que você pode se divertir, simplesmente pra pensar no amanhã e ficar fazendo planos e mais planos e mais planos, faça-me o favor, trate de por a mão na massa e fazer por merecer hojes melhores!

A vida é uma caixa de surpresas, e aproveitar cada momento dela não é um direito e sim uma obrigação de cada um. Não que devamos esquecer o que passou, ou deixar de nos preocupar com o que há de vir, só não podemos adiar nossos planos quando se trata da nossa felicidade, da nossa realização e dos nossos sonhos...

Ai, toda vez que eu vejo alguém com essas promessinhas de começar a viver daqui a pouco não consigo deixar de ter dó, porque é alguém que ainda não descobriu que não tem amanhã, a vida é feita de um montão de hojes, e o amanhã é lenda. O amanhã eu faço hoje, e quando chegar a hora de viver o amanhã eu espero estar muito ocupada construindo outros hojes fantásticos...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Eu tenho duas casas...


Eu tenho duas casas, uma de areia e uma de cimento. Numa delas eu ganhei a vida, e na outra eu aprendi a viver. Sempre que tudo parece estar errado é nas minhas casas que eu me encontro, é nelas que eu reencontro minhas razões.

A minha casa de areia é natural, é bonita do jeitinho que Deus fez. Lá o clima é quente, o sal do mar parece se misturar com todo o ar e todo dia tem cara de feriado. Na minha casa de areia as pessoas vivem num passo lento, delicado, simples, que mostra que nem tudo precisa ser acelerado e complicado para ter seu encanto.

A minha casa de cimento é linda, de um jeito caótico que poucos conseguem entender. Ela é o resultado de tudo que nós construímos, não só de cimento, mas também de sonhos e de trabalho. Lá o cinza é que reina, mas as árvores nos canteiros centrais das avenidas têm um verde mais vivo que quaisquer outras, no contraste com a cor de pedra.

Na casa de areia eu me encontro comigo, com a pessoinha romântica e sonhadora que vive dentro de mim e que precisa, de tempos em tempos, reavivar seus ímpetos de construir um mundo perfeito para pessoas perfeitas. Caminhando na areia a beira mar, seja sob a brisa do finzinho de tarde ou com os pés na água gelada da madrugada, tudo parece ser possível, por obra do destino. Olhando a imensidão do mar eu consigo me dar conta do privilégio que é viver nesse mundo lindo.

Na casa de cimento eu me encontro comigo, com a mulher bravia e trabalhadora que mora dentro de mim, que é independente com orgulho e que faz a sua vida, manda no seu destino. Caminhando na Avenida Paulista, num domingo a tarde ou no cair da noite de sexta-feira, eu consigo me dar conta da benção que é poder viver num lugar tão cheio de oportunidades, de diferenças, de cores, de religiõs, de corações, de vida. E de repente todos aqueles prédios parecem tão familiares que são como natureza pra quem aprendeu a ver sua beleza.

Eu tenho duas casas, e meu coração tem duas partes. Uma parte é sereia do mar, e uma parte é dama da terra. Eu sou agraciada pelo céu, pois eu tenho dois lares...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Editando Pessoas


Eu sou editora chefe, como bem sabem, e edito textos pra internet, pro site All Divas, e para impressos, pra Revista Caminhar. A profissão de editora as vezes é um pouco ingrata, pois cabe a editora escolher o que pode ou não ser escrito, as palavras que devem ou não sair do texto, e as vezes alterar tudo que foi escrito em busca do foco, mas ser editora também é cuidar de sua equipe, e assinar embaixo do que eles escrevem, como uma espécie de mãe coruja, que briga, reclama, estressa, mas no final tem muito orgulho do resultado final de sua equipe - e compra a briga caso alguém não goste tanto assim...

Como editora eu trabalho com palavras e com idéias, e muitas vezes tenho que julgar certos ou errados os pontos de vista de jornalistas ou entrevistados e pedir que reformulem suas idéias, ainda que muitas vezes minha vontade pessoal seja apoiá-los. Isso não quer dizer que eu passei a acreditar menos que o jornalismo é a busca pela verdade, mas editores são responsáveis por veículos de mídia que criam ideologias, que destroem governos, que formam opinião, e isso é uma senhora responsabilidade!

Há quem diga que o trabalho de edição é ingrato e difícil - porque é delicado, minucioso e muitas vezes sem reconhecimento, mas eu não concordo. Coordenar uma equipe de pessoas inteligentes, que trazem informação, não pode ser de forma alguma ingrato, e tem seus percalços sim, mas como toda profissão tem os seus...

Entretanto acredito que o mundo anda carecendo de um tipo diferente de editor, não de textos, mas de pessoas. Digo isso porque editar textos eu acho até simples, troca-se uma palavra aqui e outra acolá e ele fica nos eixos, mas como editar as pessoas que parecem não entender as coisas?

Não estou aqui radicalizando, querendo editar todo mundo pra ficar igual ou certinho (mesmo porque sabe-se lá qual a percepção de cada um de "certinho"), mas certas pessoas precisam de uma revisão geral, de uma edição mesmo, pra aprenderem a viver. Sabe aquela pessoa que tem sempre a atitude mais negativa possível, e não adianta todo mundo falar e aconselhar ela insiste em ser assim, mesmo que isso estrague seus dias e os dos outros... essas pessoas me parecem precisar de um guru espiritual, sei lá, ou uma edição... rs

Incluo na categoria dos necessitados de edição aqueles que não conseguem valorizar a vida, aqueles que só conseguem enxergar problemas, aqueles que não respeitam o próximo, aqueles que subestimam a terceira idade e principalmente aqueles que não sabem amar. Pessoas que não conseguem lidar com o amor precisam de uma edição urgente, pra que possam curtir suas vidas!

Agora, nada impede que nós sejamos os editores de nossa própria história, de nossas próprias vidas, analisando, assim como analisamos os pontos e vírgulas de um texto, nossas atitudes e humores, para uma redação final mais feliz.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Ano Novo!


Hoje oficialmente começa o ano de 2010! Hoje todos voltam a trabalhar, estudar, enfim, a vivenciar todos os momentos que daqui doze meses nos farão lembrar com saudade de mais um ano que passou...

Pois bem, desejo um ano novo perfeito para todos nós! Um ano em que nossos desejos se realizem - ainda que para isso tenhamos que entrar num acordo sobre o que realmente desejamos! Muitas vezes nos queixamos de que nossos desejos não se tornam realidade como nos filmes, mas para isso ser possível precisamos efetivamente desejar com vontade, e tendo certeza do que queremos. Ainda que não seja uma certeza material, temos que ter certeza do objetivo que desejamos alcançar, seja ele pessoal, profissional, afetivo, social, enfim: quando desejamos de verdade é como plantar uma sementinha e esperar ela brotar, mas a semente tem de ser de alguma coisa que germine certo? Que em 2010 nossas sementinhas cresçam e se tornem lindas árvores!

Desejo também que nesse novo ano nós experimentemos muitas coisas novas: muitas experiências, muitas risadas, muitos beijos, muitos abraços, muita alegria, muita cantoria, muita diversão - pois como diz o ditado, ano novo, vida nova! Mas desejo também que nesse ano tenhamos a oportunidade de conviver com muitas coisas velhas, como os velhos amigos, os grandes amores, os antigos pijamas, as grandes recordações de tudo de lindo que já construímos... Que a vida nova, do ano novinho em folha, floresça em nossos corações, mas que nela caibam todos os nossos antigos detalhes e carinhos que nos trouxeram até aqui!

Ah, e pra terminar, desejo que neste ano todo a gente mude. Mude de cabelo, mude a cor das paredes, mude os objetos de lugar, mude os destinos das viagens, enfim, que a gente remexa tudo de lugar pra dar uma nova cor pra essa vida linda que temos. Mas que nenhum de nós mude o que realmente é, as cores que carrega na essência, os valores do fundo do coração, porque são essas coisinhas miúdas que nos ajudaram a conquistar todas as pessoas que amamos e temos em volta... e àqueles que já mudaram isso, e esqueceram de escutar seu coração, tenho um aviso sério: pra que 2010 seja diferente e novo você terá de voltar no tempo, e lembrar de seu "eu" velho, aquele que é a sua cara!

Que em 2010 todos nós lembremos, a cada dia, que nenhum de nós é perfeito, e é exatamente aí que está toda a graça e diversão de viver, em cada um ser completamente diferente do outro e um pouquinho igual também. A busca pela perfeição enlouquece os homens, porque é impossível... e aí, quando eles chegam na loucura, acabam percebendo que nela há também alguma perfeição!

Enfim, que nosso novo ano seja perfeito, e que nós sejamos o mais imperfeitos e adoráveis possível!