quarta-feira, 13 de abril de 2011

Por que não uma Nhá Benta?

Por mais que o discurso da beleza interior seja a cada dia mais apoiado, quem nos conhece compra primeiro a imagem, depois vem todo o resto... O ser humano em geral é instintivamente ligado ao visual, e não tem teoria de auto ajuda que possa alterar uma característica que é inata. Não que a aparência seja o principal, mas temos que admitir: é um fator inegável nas relações humanas.

O que você parece? Se pararmos pra pensar nisso, provavelmente vamos chegar numa resposta divergente do que parecemos realmente aos outros. Cada um vê o outro de uma forma, mas algumas características já se tornaram padrões, e é muito difícil combatê-los. E o mercado, obviamente, se aproveita desses estereótipos para vender a coisa certa para a pessoa certa, ou quase isso...

O tal Ferrero Rocher é um exemplo disso. Estava assistindo a um comercial da Ferrero, em que os bombons são indicados para presentear mulheres sofisticadas e elegantes, num cenário rico, dourado, ao som de música clássica - como usualmente são as peças da marca. Em outras palavras, a mídia de certa forma tira das pessoas a necessidade de pensar a respeito de quem vai se presentear, padronizando todos em categorias!

Ai as mulheres reclamam: não há mais cavalheiros no mundo! E os homens reclamam: nunca recebo presentes de que realmente gosto. E todos pensam: acho que no fundo ninguém me entende!

A verdade não é que ninguém entende ninguém, e sim que quase ninguém conhece ninguém. Nos deixamos enganar pelos esquadros e esquecemos que cada pessoa é única, e pensa de um jeito, gosta de algumas coisas, chora com determinado filme, prefere o azul ao violeta. Não é por mal, mas a falta de tempo é perigosa, nos leva sempre pro caminho mais fácil...

O negócio é realmente prestar atenção nas pessoas, na riqueza que elas são muito mais que na que elas têm. Essa semana ouvi de um grande amigo que se, de cada experiência que temos profissionalmente, conseguirmos levar ao menos cinco bons amigos e dez pessoas interessantes com quem conversar temos, ai, nosso tesouro recebido por aquele trabalho. E, de fato, a idéia de que 'somos quem conhecemos' é antiga e bem conhecida - entretanto, cabe a pergunta: quem realmente conhecemos?

Completamente, 100%, não conhecemos nem nós mesmos! Uma hora ou outra acabamos tendo atitudes que nem acreditávamos ser capazes... Mas é importante conhecer relativamente bem as pessoas com quem dividimos a vida, amigos e amores. De vez em quando alguém me diz estar decepcionado porque achava que conhecia alguém que fez algo muito errado ou esquisito, mas se nos esforçarmos pra conhecer melhor (e esperar atitudes mais próximas do perfil de cada um) vamos nos decepcionar menos. As pessoas não mudam, elas se adaptam, elas cedem em alguns comportamentos pelo bem de um relacionamento, mas elas não mudam.

Achar que se conhece alguém pelo que esse alguém aparenta pode ser, inclusive, um tiro no pé! Eu, por exemplo, devo ter jeito de sofisticada, porque já ganhei caixas e mais caixas de Ferrero Rocher. Falando sério, até uma árvore deles eu já ganhei. Sem contar um novo da Kopenhagen, que é igual ao Ferrero e vem numa caixa de jóia, um luxo que me persegue. E eu ODEIO Ferrero Rocher!!! Resultado: seja lá qual foi o esforço de quem me deu eu vou agradecer e vai ficar lá, pra quem visitar minha casa, porque pra mim não vai parecer um elogio, e sim que a pessoa não me conhece nem um pouco - e, agora, que nem meu blog lê...rs

Conhecer alguém não é saber seu número de telefone e uma ou outra preferência. É muito mais que isso! É conhecer seus pequenos segredos, suas loucuras, seus desejos, o que ela é sob tudo que ela aparenta - e ainda assim gostar dela!

Um comentário:

  1. muito bom le!!!acredito que as pessoas estao se tornando cada vez mais individualistas e ao mesmo tempo, escravas dessa tal dita "ditadura da beleza" que as faz esquecer que qualquer pessoa pode ser melhor e fazer muitos bons amiggos em troca de sentimentos e nao do que ela aparenta ser fisicamente. eu ja fui bem mais preocupada, serio. hj em dia eu quero mais é pensar oq me faz feliz. o que eu vou levar de toda essa minha passagem mundana, que vai se agregar ao meu espirito e no meu carater. obvio que nao da pra negar que a gente liga sim um pouco pra aparencia, mas o importante de toda essa questao é vc saber priorizar o que te faz defifitivamente bem, pesar na balança e fazer uma auto avaliação. oucos hj em dia se propoem a fazer isso. e no final das contas, quando ela vai fazer esse balanço chega a conclusao de que é uma pessoa triste, vazia e solitaria. e que poderia sim ser diferente, basta ter atitude e sede de mudança.

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